
Muito pelo contrário: trata-se de um ato de cuidado mútuo, que ajuda a fortalecer o compromisso e protege o futuro do casal.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e prática o que é um regime de bens, quais são as principais opções no Brasil e como encontrar a que melhor se encaixa na realidade de vocês.
O Que é um Regime de Bens?
O regime de bens é o conjunto de regras que define como o patrimônio do casal será administrado durante o casamento e, eventualmente, em caso de separação ou falecimento.
Ele determina o que será considerado propriedade comum e o que permanecerá como bem individual de cada um.
Em outras palavras, é uma forma de trazer segurança, clareza e equilíbrio para a vida a dois.
Principais Regimes de Bens no Brasil
1- Comunhão Parcial de Bens
Como funciona: Tudo o que for adquirido após o casamento pertence aos dois, em partes iguais. Heranças, doações e bens anteriores à união matrimonial continuam pertencendo exclusivamente a quem os recebeu ou possuía.
Vantagem: Simplicidade e equilíbrio, já que compartilha apenas o que for construído em conjunto.
Ponto de atenção: Pode gerar confusão sobre a origem de certos bens, especialmente se não houver boa organização financeira durante o casamento.
2- Comunhão Universal de Bens
Como funciona: Todos os bens (adquiridos antes e depois do casamento) passam a ser comuns ao casal, salvo algumas exceções previstas em lei.
Vantagem: Expressa a união integral do patrimônio e a construção conjunta de uma vida em comum.
Ponto de atenção: Pode causar conflitos em caso de separação, pois bens individuais anteriores também entram na partilha.
3- Separação Total de Bens
Como funciona: Cada cônjuge mantém a propriedade exclusiva de seus bens, adquiridos antes ou durante o casamento.
Vantagem: Preserva a autonomia financeira de cada um.
Ponto de atenção: Pode gerar desconforto se um dos cônjuges interpretar como falta de confiança ou compromisso.
4- Participação Final nos Aquestos
Como funciona: Durante o casamento, cada cônjuge administra seu patrimônio separadamente. Em caso de dissolução do casamento, os bens adquiridos de forma onerosa durante o casamento são divididos.
Vantagem: Permite independência patrimonial durante o casamento, com divisão justa dos bens ao final.
Ponto de atenção: Exige controle financeiro rigoroso, pois a apuração dos bens no momento da dissolução pode ser complexa e gerar disputas.
Como Escolher o Regime Ideal?
Avaliem juntos o perfil financeiro
Conversem sobre suas expectativas financeiras, objetivos de vida e estilo de gestão do dinheiro. Transparência é fundamental.
Considerem o patrimônio atual e futuro
Se algum dos dois já possui bens, pretende empreender ou receber heranças, é importante levar isso em conta na escolha.
Planejem o que desejam construir juntos
A escolha do regime deve representar o que o casal pretende: integração completa, parcial dos bens ou maior independência financeira.
Busquem orientação profissional
Um advogado especializado pode orientar sobre as implicações práticas e jurídicas de cada regime, ajudando o casal a tomar uma decisão consciente e segura.
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Conclusão: Escolher é um Ato de Amor e Respeito
Planejar o regime de bens é um ato de amor e responsabilidade.
É confiar na parceria, valorizando tanto o que une quanto a individualidade de cada um.
Se quiser conversar sobre qual é a melhor escolha para o seu caso, estamos à disposição para orientar de maneira acolhedora e personalizada.
“Planejar o futuro também é uma forma de amar.”
—Este artigo faz parte da série “Planejamento Matrimonial”. Não perca o próximo post!
Dra. Andréa Cristhianni é advogada especializada em direitos humanos, com um compromisso profundo na defesa de pessoas e grupos vulneráveis. Sua atuação é pautada pela busca incessante pela justiça e pela proteção dos direitos fundamentais, trabalhando para garantir a dignidade, liberdade e igualdade para todos.